Se este trabalho fosse um bebê, teria nascido de parto prematuro, após muito tempo de tentativa da mãe em engravidar. Um pré-projeto que foi como uma inseminação artificial, num período de minha vida em que a saúde, fragilizada, apontava como um grande empecilho para que a criança nascesse. Mas, nesse tempo, estiveram presentes pessoas importantes que não me deixaram desistir, seja me dando atendimento médico domiciliar, ou tratando de meus assuntos acadêmicos junto ao colegiado de Comunicação Social na UESC.
Se este trabalho fosse um bebê, agradeceria por contar com uma “equipe médica” maravilhosamente disponível em fazer com que ele viesse à luz. Uma psicóloga que foi mais do que profissional, foi amiga. Uma parecerista que foi além de seu papel, provendo bibliografia via fotos enviadas por e-mail e incentivo extra a todo o momento. Um orientador que conseguiu ser extremamente calmo e calmante em meio às crises de estresse durante a “gravidez”. Uma “equipe de enfermagem” que cuidou da revisão ortográfica e de formatação, por puro amor de amiga e de irmã.
Se este trabalho fosse um bebê, teria avós corujas que incentivaram e cuidaram de mim durante todo o tempo, não somente da “gravidez”, mas da vida toda. E para eles seria o seu primeiro sorriso.
Se este trabalho fosse um bebê, seria extremamente feliz em ter os irmãos que tem, especialmente a mais velha, que além de acompanhar a mãe em visitas ao universo da pesquisa, vivenciou cada detalhe, cada passo, sendo a maior visualizadora da beleza do que estava por nascer. E agradeceria ao irmão mais novo o tempo que roubou da mãe e pediria desculpas pelas vezes em que ela se “destemperou” por estar assoberbada com tanta coisa para ler e entender até o dia de hoje, quando a criança finalmente nasceu.
Se este trabalho fosse um bebê, seria difícil encontrar um padrinho e uma madrinha para ele, pois foram tantas as pessoas que se dispuseram a ouvir
extenuadamente sobre um assunto que não lhes dizia respeito, ler pedaços do texto escrito, segurar na minha mão e incentivar, torcer, apoiar...
Se este trabalho fosse um bebê, seria recebido com alegria por “tios e tias do coração”, que ansiaram pela “libertação” da mãe, dessa “barriga” tantas vezes incômoda, que impediu noites de sono tranqüilas, passeios, idas ao cinema, conversas no MSN e até escrever no blog. E abriria um sorriso lindo para todos eles!
E se este trabalho fosse um bebê, ele já nasceria com a consciência de que o Doador da Vida merece toda gratidão e todo louvor, pois sem Ele nada disso seria possível.
Eu disse “se este trabalho fosse um bebê”??? Pois para mim, é exatamente isto, um filho que está nascendo, com dor, sem um pingo de anestesia, mas vai encontrar uma mãe absolutamente feliz por ter conseguido chegar ao fim do trabalho de parto com alguns fios de cabelo brancos a mais, mas realizada. E sabendo que outros filhos virão, porque a conquista de hoje não é a primeira e está longe de ser a última.
Este foi o texto dos agradecimentos do meu TCC entregue hoje,
31 de outubro de 2007.