segunda-feira, 27 de agosto de 2007

A filha

Hoje fui - sem avisar - procurar a filha do Sr. Emiron, Crisvânia, que assume a rádio à tarde. Pelo menos ela fica mesmo lá, e sei que o papo com ela será mais tranquilo e vai render.

Conversamos pouco mais de meia hora, e deu pra descobrir algumas coisas que o pai não tinha nem pensado em me falar. Hehehehe... e assim vamos progredindo. Já tenho um tópico pra falar (a sucessão no trabalho, pelas filhas) com suporte teórico, conseguido hoje na biblioteca da UESC.

Listinha de livros pegos hoje:

1. BARRETO, Maria Letícia - Admirável mundo velho. São Paulo: Ática, 1992
2. BOSI, Ecléa - Memória e Sociedade - Lembranças de velhos. São Paulo: Cia das Letras, 1994.
3. VALLE, Edênio e QUEIROZ, José J. (org.) - A cultura do povo. São Paulo: Cortez, 1988.

O que já estava na mão:
4. COGO, Denise Maria - No ar... uma rádio comunitária. São Paulo: Paulinas, 1998.
5. LOPES, Maria da Conceição Silva - A era do rádio grapiúna: Década de 60. Ilhéus: UESC, 2001.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Continuando...

... com os anunciantes.

Hoje foi o dia de sair em busca dos que têm contrato com a emissora. Fiquei meio chateada por achar que o "Cantinho caipira" era um restaurante no centro, mas não era... é lá na zona sul, fica pra outra vez. Mas fui na Brito's Farmácia, Camaleão Pet Shop, Açougue Ávila e Tec Gás, todos no centro da cidade.

Semelhanças e diferenças entre eles: nenhum foi lá ouvir a propaganda, nenhum conhece o serviço de sonorização "ao vivo"... apenas o dono do açougue disse que já passou por aqui e ouviu a rádio, mas não ouviu a própria propaganda. Alguns também anunciam nas rádios AM (Bahiana e Santa Cruz) e os preços das AM são os mesmos para todos, ao contrário do preço da SMM: Cada um paga um valor diferente (Varia de 50 a 100 reais). Nenhum sabe ao certo quantas inserções diárias são feitas, nenhum tem contrato assinado, apenas a confiança do acordo oral. Um dos anunciantes disse que foi por amizade ("ele compra carne aqui, eu anuncio lá...") outro anuncia porque é primo... enfim.... é menos comercial do que aparenta ser.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

A parte comercial

Aproveitei que fui ao centro hoje e fiz contato com um dos anunciantes. Surpreendentemente... a resposta foi: "eu nem fui lá ouvir essa rádio. Mas ele passou por aqui, ofereceu... e como eu sei que o fluxo de pessoas ali é grande, resolvi fazer lá também, da mesma maneira que faço propaganda em outras rádio-postes e AM e FM também."

Segundo ele, vale à pena, por ser um custo barato (cerca de 1/5 do valor pago na emissora AM) e por se fazer também a permuta com material vendido na loja (Andrade Multicompras). Também tem tido retorno, uma vez que os clientes comentam que ouviram lá. Bem, o combinado foi de ter uma exibição de hora em hora, mas na manhã em que eu sentei lá pra ouvi, em meia hora, três spots. Aliás, o spot deste anunciante é o mesmo que é exibido nas outras emissoras, e já cedido em mídia para elas.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Senta que lá vem história

Hoje finalmente conseguimos fazer a matrícula, que estava pendente por conta do santo professor de Mercadologia que ainda não tinha lançado as notas no sistema. E foi também o dia do primeiro encontro da turma toda com o professor que vai... digamos... orientar de maneira geral na elaboração do nosso TCC.

Recebemos, do colegiado uma listinha com os nomes dos 32 formandos deste semestre. Acho que é a maior turma que já formou, mérito de Givaldo, que reprovou um bocado no ano passado, e de Cosme que aprovou todo mundo nesse semestre. Bom, divididos em dois grupos, cortada a lista pela metade, na ordem alfabética, teremos três encontros cada grupo, e depois "ensaio geral" da apresentação e pronto, cabou! Já tá na hora de enfrentar a banca.

Hã????? É, eu também me assustei, mas é isso mesmo. Olhem o cronograma:

30 de outubro: Entrega no Colegiado de três cópias da monografia da 1ª versão para o orientador e pareceristas

29 e 31 de outubro: Ensaio geral

26 a 30 de novembro: Apresentação pública (ordem alfabética) no Auditório de Direito, das 13:30h às 18h.

Teve de tudo: Crise de riso nervoso, vontade de chorar, pânico, desespero... O cronograma APROVADO no projeto incluía dezembro na redação final. E agora descobrimos de repente que tem que estar tudo pronto dia 30 de outubro. É de lascar... mas vamos pra frente, que atrás vem gente!!!

Depois da aula ainda tivemos as informações sobre a formatura. O melhor orçamento conseguido ficou em R$ 1.750,00 pra quem quiser a colação de grau e o baile com 15 convidados, e R$ 450,00 pra quem quiser só a colação de grau. Nem preciso dizer que a minha é a segunda opção, né? Pelo menos, é dividido em 5 vezes.

Depois de passado o choque inicial, o que se ouvia era: "preciso tomar uma!!!" E até eu disse. Fiquei doida por uma coca... E não deu outra. Saímos direto pro "inferninho", um barzinho que fica do outro lado da pista, e numa riqueza sem tamanho, catou-se 2 reais de cada um... e a farra começou. Com brinde "ao sucesso", "à mono" e afins, com direito a dizer besteira, resenhar, contabilizar as "pegadas", fazer confissões... enfim, um tempo bem gostoso! (Fotos pra registrar!)



Bom... não acabou por aí. Eu ainda tinha uma entrevista agendada com o Sr. Emiron para a noite. E ele mora lá mesmo, no Salobrinho, onde fica a universidade. Então, resolvi que ia ficar direto. Eram pouco mais de 5 da tarde quando o pessoal foi embora, e eu comi um acarajé e rumei para a biblioteca. Aproveitei para ler "Memória e Sociedade - Lembranças de velhos" de Ecléa Bosi, fiz o fichamento, já pensei em algo para a introdução do meu texto. Beleza.

Deu 7h e eu fui andando pra procurar a casa dele. Fui devagar, pra não chegar cedo demais, já que tinha ligado pra confirmar, e ele insistiu: "somente às 19:30h". Tá bom. Só que eu não imaginava que era tão longe, e que o Salobrinho era tãaaaaao grande. Andei 40 minutos e perguntei mil vezes onde ficava a "travessa Beira Rio", pra ouvir: "lá... depois da ladeira, à direita." E "ali, depois do campo de futebol..." e depois: "lá embaixo... no final." na última vez que perguntei a um grupo de pessoas que estava na frente de uma bar, uma voz me surpreendeu: "é lá na minha casa que você vai!" Era a esposa do Sr. Emiron, que estava no telefone público, e graças a Deus por isso, porque eu não teria encontrado a casa, se não fosse com ela. Finalmente cheguei.

Conversamos quase uma hora, gravei com o mp3, não tenho certeza se prestou, mas por via das dúvidas fui anotando tudo. Algumas discrepâncias com referência a datas, mas eu tinha acabado de ler sobre isso no livro de Ecléa Bosi e não me assustei.

Bem, a volta foi um pouco menos assustadora, pois pelo menos eu já sabia o quanto iria enfrentar andando até o ponto final do ônibus. A noite foi rendosa... rendeu inclusive um calo (já estourado) no pé direito, percebido assim que cheguei no ônibus. E por bênção de Deus tinha um 28 no ponto e já quase saindo, cheguei bem na hora. Vim com a cabeça girando de tanta coisa fervilhando dentro dela... mas com uma sensação boa de que "estou andando".

Já marquei com meu orientador nosso primeiro encontro oficial na próxima quinta à tarde. Tenho tanta coisa pra fazer... que às vezes desejo simplesmente não pensar. Mas é claro que não posso fazer isso. Vou é agilizar a coisa, pra não me perder nem perder tempo. Mas agora é hora de tomar banho e dormir... ;)

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Finalmente...

Hoje consegui encontrar com o meu "objeto de estudo". E olha que foi por pouco que não dava errado novamente... ele havia esquecido, e disse que estava de saída. Eu que não chegasse um pouquinho antes, pra ver se ainda o encontrava... rai ai...

Anyway... foi produtiva a manhã. Fora o fato de que a pilha do mp3 que estava gravando a conversa deu uma arriada básica de uma vez, e tive que morrer nas anotações. Mas deu pra ter uma boa noção do começo da carreira de radialista... e foi mesmo "paixão", pois ele contou que desde menino ouvia os locutores da rádio Bandeirantes de SP e da rádio Globo do RJ... no poste, na frente de casa.

Conversamos também sobre a parte comercial, anotei os valores e planos diferenciados para propaganda e assisti um bocado do que ele passa na TV, que fica lá no alto, também, mas não todos os dias. Também conversamos sobre a parte técnica e as dificuldades de equipamentos...

Marcamos um encontro semanal às quartas à noite, na casa dele, pra depoimentos mais completos. Começo amanhã.

Outra parte do trabalho é fazer contato com os anunciantes, para verificar o resultado das propagandas. Dos 9 anunciantes que percebi ontem, conheço 2 pessoalmente, já facilita. Vou agilizar isso, porque quero ver esse trabalho render e logo! Tenho fé em Deus que cumpro o cronograma sem atraso!

Quis tirar umas fotografias hoje, mas como ele estava "de saída"... achei melhor deixar pra outro dia. Aguardem cenas dos próximos capítulos.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Bolo

Confeitado e recheado. Foi o que levei hoje. O Sr. Emirom marcou comigo às 9h, cheguei 15 minutos antes, e nada de ninguém me esperando nem o studio aberto. Só que a rádio estava funcionando.

Aproveitei, e sentei num banco próximo a uma das caixas de som e comecei a prestar atenção e anotar o que estava sendo exibido. A primeira coisa que percebi foi o pequeno alcance. Juntando com o barulho dos ônibus, é quase que um esforço ouvir a rádio.

Anotei os anunciantes, (nove, em meia hora, alguns repetindo 3 vezes, outros uma vez só) para depois entrar em contato e tentar avaliar o resultado comercial dessas propagandas.

Nessa meia hora que fiquei lá, tocaram três músicas seguidas, do mesmo cantor, uma coisa meio sem classificação, parece forró, ou sertanejo... mas "gospel". Vou jogar no Vagalume pra ver se acho alguma referência.

Pois é isso. Comecei.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Tentativa de contato

Hoje fui pela terceira vez esta semana ao terminal, tentar encontrar o Sr. Emirom. Das duas primeiras, o box onde funciona o studio da rádio estava fechado, e apesar das caixas de som estarem penduradas (ele retira todos os dias, ao final do expediente, segundo me informaram) ele não estava por lá.
Desta vez consegui encontrar o box aberto, a rádio funcionando, mas nada dele. Estava lá a filha, Cris, que me atendeu com muita gentileza, e me deu o número do celular do pai. Liguei, e agendei nosso primeiro encontro para a segunda-feira, às 9 da manhã. Acho que agora consigo. Preciso explicar a ele como será o processo, dar o termo de consentimento de uso da entrevista pra ele assinar, e começar a conversar.


As apresentações, por favor?

Chegando ao fim do curso de Comunicação Social com habilitação em Rádio e TV da UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz, em Ilhéus - BA, está na hora de me jogar no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Resolvi registrar aqui todo o processo do meu trabalho, para não encher o saco de quem vai no meu blog pessoal e não estiver interessado no meu diarinho acadêmico.



Claro que não posso deixar de apresentar meu orientador. Prof. Hélcio Pacheco, que tem sido além de orientador, amigo. Suuuuper gente boa, agradeço a Deus que foi ele que veio substituir a "pró"... Ayêska, que seria minha orientadora se não tivesse saído pra doutorado. Mas ela vai estar na minha banca, junto com o prof. Antônio Xavier, que foi quem me ajudou no start pra esse estudo.

Ó aí o post vindo do Deixo Ler:

"Análise da construção e funcionamento da rádio-poste
Sonorização e TV Maré Mansa, na cidade de Ilhéus - Bahia
"

Grande??? Pois é o título do meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) vulgarmente conhecido como Monografia ou mono, para os mais íntimos.

A intenção é fazer uma análise da construção e funcionamento da rádio-poste denominada “Sonorização e TV Maré Mansa” (SMM), localizada no terminal de ônibus urbano aqui em Ilhéus.

Dentro dos questionamentos, está compreender as motivações que levam seu proprietário, o Sr. Emirom Martins a manter este serviço há cerca de 9 anos, sem que haja um retorno financeiro visível, e isto sem quaisquer subsídios, sejam governamentais ou de instituições privadas.

Também penso em questionar o alcance qualitativo e quantitativo da ação social e comercial da emissora, que se caracteriza como “rádio comunitária”, uma vez que parte da própria comunidade em que está inserida, e atende aos requisitos de baixa potência, sem fins lucrativos e envolvimento social na comunidade.

Considerando a ausência de registros formais da história do rádio na região grapiúna no que tange ao formato de rádio-poste, meu TCC vai também se tornar subsídio científico para futuras pesquisas e trabalhos acadêmicos acerca da história do rádio na cidade de Ilhéus.

Eu estou bastante empolgada com o trabalho, especialmente por ser algo prático, que não vai me fazer passar horas sentada na biblioteca ou lendo mil coisas. Sim, claro que terei que ler, para fazer o embasamento teórico, mas a essência está mesmo no formato de "história oral", usando o método biográfico, já que a história da emissora se funde com a do seu proprietário.

De início, vou fazer uma pesquisa de campo para identificar os sujeitos relevantes, além do sujeito principal, dentro do universo de estudo, e a partir dessas visitas de observação e contato inicial, serão realizadas entrevistas semi-estruturadas para aprofundamento do estudo.

Só explicando, a entrevista é um instrumento no qual o pesquisador tem por objetivo obter informações do entrevistado relacionadas a um objetivo específico. Pretendo utilizar a entrevista semi-estruturada, que é caracterizada pela "...formulação da maioria das perguntas previstas com antecedência e sua localização é provisoriamente determinada." (COLOGNESE e MÉLO, 1998). Nesse tipo de entrevista, o entrevistador tem uma participação ativa, pois apesar de se guiar por um roteiro, ele pode fazer perguntas adicionais a partir do que foi dito pelo entrevistado, seja para esclarecer questões ou para melhor compreender o contexto.